O ano de 2025 segue com um tema que preocupa qualquer brasileiro: a inflação voltou a subir. Para quem tem dinheiro a receber do governo por meio de precatórios ou RPVs, essa alta de preços levanta uma dúvida inevitável: vale mais a pena esperar o pagamento integral ou vender o crédito agora e garantir o valor no bolso?
Essa é uma decisão que mistura economia, planejamento financeiro e até estratégia familiar. Não existe resposta única, mas é possível analisar o cenário atual e entender os riscos de cada caminho.
A inflação e o poder de compra do precatório
O precatório tem um valor nominal definido, corrigido por índices oficiais até a data do pagamento. O problema é que, em períodos de inflação alta, a correção monetária costuma não acompanhar a velocidade real de aumento dos preços.
Em outras palavras: se você tem direito a R$ 100 mil, esse montante será o mesmo daqui a um ou dois anos. Mas o que esses R$ 100 mil podem comprar no futuro pode ser bem menor do que hoje.
- Em 2024, a inflação acumulada foi superior às previsões iniciais do governo.
- Em 2025, o cenário não parece melhor: a alta dos alimentos, energia e combustíveis já pressiona o bolso do consumidor.
Assim, cada mês de espera significa perder um pouco da força do seu crédito.
O peso da história: inflação e precatórios no Brasil
Essa não é a primeira vez que os credores de precatórios enfrentam o dilema entre esperar ou buscar alternativas. O histórico brasileiro mostra como a inflação e as regras de pagamento de precatórios sempre caminharam lado a lado.
Décadas de 1980 e 1990: em períodos de hiperinflação, os precatórios praticamente perdiam sua função. O valor pago anos depois já não tinha qualquer correspondência com o valor original devido.
Emendas constitucionais dos anos 2000: buscaram organizar a fila, mas muitas vezes alongaram os prazos de pagamento. A incerteza se manteve.
EC 113/2021 (parte da PEC dos Precatórios): mudou os critérios de correção monetária e criou limites anuais para pagamento, empurrando parte da dívida para frente. Muitos credores que esperaram acabaram prejudicados.
PEC 66/2023 e debates de 2025: novamente reacendem a discussão sobre postergações, parcelamentos e renegociações, colocando em dúvida o calendário de quem opta por aguardar.
Ou seja, a experiência mostra que o credor que decide esperar está sempre sujeito a dois riscos: o da inflação e o das mudanças legislativas.
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A Selic, os investimentos e o custo de oportunidade
Outro ponto importante é a taxa Selic, que ainda segue em patamar elevado em 2025. Isso significa que quem tem dinheiro na mão pode encontrar boas alternativas de aplicação em renda fixa, por exemplo, ou até em investimentos atrelados à inflação.
Se você antecipa o recebimento do precatório, mesmo com um desconto (o chamado deságio), pode aplicar esse valor e tentar recuperar parte da diferença.
O conceito econômico para isso é o custo de oportunidade: ao esperar, você abre mão de usar o dinheiro hoje, seja para investir, quitar dívidas ou aproveitar oportunidades que aparecem.
O risco político e jurídico
Outro fator que muitos credores ignoram é o risco político. Nos últimos anos, tivemos mudanças nas regras de pagamento de precatórios, como as emendas constitucionais que criaram limites e alteraram a ordem da fila. Em 2025, a nova PEC dos precatórios volta a trazer discussões sobre postergações e parcelamentos.
Isso significa que o credor que escolhe esperar precisa aceitar a incerteza: o calendário oficial pode mudar, e o pagamento demorar mais do que o esperado. Já quem vende ou antecipa transfere esse risco para a empresa que adquire o crédito, ficando livre dessa insegurança.
Quem deve vender e quem deve esperar?
É aqui que entra a análise mais pessoal. Não existe regra universal, mas alguns perfis tendem a se beneficiar mais de cada escolha:
- Bom perfil para vender/antecipar:
- Quem tem dívidas com juros altos (como cheque especial ou cartão de crédito).
- Quem precisa de liquidez imediata para gastos de saúde, família ou oportunidades de investimento.
- Quem prefere não correr riscos com mudanças na legislação.
- Quem tem dívidas com juros altos (como cheque especial ou cartão de crédito).
- Bom perfil para esperar:
- Quem já tem estabilidade financeira e não depende do dinheiro a curto prazo.
- Quem busca o valor integral do precatório, sem abrir mão de nenhuma parte.
- Quem já tem estabilidade financeira e não depende do dinheiro a curto prazo.
Quem aceita conviver com a incerteza política e a perda de poder de compra.
A lição da história e o dilema de 2025
Se olharmos para trás, vemos que o credor de precatório raramente sai ganhando ao esperar indefinidamente.
Afinal, a inflação, os sucessivos planos econômicos e as PECs mudando as regras são lembranças de como esse tipo de crédito pode ser corroído ao longo do tempo.
É impossível ignorar: com a inflação alta, cada mês de espera equivale a perder um pedaço do valor real do seu crédito. Ainda que o precatório seja corrigido, a sensação prática para o credor é de que o dinheiro “encolhe” com o tempo.
Por isso, a decisão em 2025 é ainda mais sensível do que em anos anteriores. O cenário macroeconômico pressiona para que muitos prefiram receber menos agora, mas preservar o poder de compra, em vez de esperar indefinidamente, trazendo mais tranquilidade financeira.
Conclusão: uma escolha estratégica
Decidir se vale a pena vender ou esperar o precatório é mais do que uma questão financeira: é uma escolha estratégica. Em tempos de inflação alta, como em 2025, antecipar pode ser uma forma de proteger o valor real do seu crédito e trazer segurança para o presente.
Por outro lado, quem tem condições de aguardar pode preferir esperar o pagamento integral, assumindo o risco do tempo e das mudanças políticas.
De qualquer forma, o mais importante é avaliar sua situação pessoal e buscar orientação de quem entende do assunto. Uma análise profissional pode mostrar o que é melhor para o seu caso e, se a opção for antecipar, garantir uma negociação justa, transparente e segura.
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